sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Frustração

Se eu morresse hoje, morreria insatisfeita. Insatisfeita com a vida que eu tive. Sentindo falta das oportunidades que não tiveram tempo de me aparecer, das pessoas que não conheci, das conversas e reflexões que eu não tive.
Vivi todo esse tempo cercada por pessoas medíocres, por pessoas ignorantes, e do pior tipo de ignorância, aquela que não quer aprender. Vivi com gente que não sabe parar e conversar sobre o porquê das coisas. Gente que não reflete, que não se pergunta. Gente conformada.
Ouvi muitos dos sonhos dessas pessoas, sonhos cheios de ostentação, carrão, casona, férias em Paris vestindo chanel e calçando louboutin. Não ouvi ninguém dos que me cercam falar sobre ajudar, sobre se doar, sobre querer só o que precisa. Ninguém me falou sobre preservar a natureza, sobre andar descalço ou ensinar os filhos a ler bons livros.
Querem máquinas, computadores, celulares e insistir nos erros. Querem não ver seus erros, e continuam a julgar o dos outros. Continuam a julgar o que para eles são meus erros, mas que, para mim, são apenas acontecimentos da minha vida.
Ninguém aqui pode me dizer o que é certo, porque ninguém aqui tem embasamento para isso. Ninguém aqui me conhece, ninguém aqui me ouve, ninguém aqui me entende.
Sinto-me frustrada com a vida.
Com essa eterna vida.
Com essa tristeza.
Acham lindo into the wild, mas nunca, em hipótese alguma, abririam mão do conforto da cama. Criticam todas as organizações que visam ajudar a comunidade. Não consigo sentir nada por vocês, nem pena.
E, apesar disso tudo, apesar de eu relatar todas essas minhas insatisfações com a vida, eu não os julgo pessoas horríveis, julgo-os cegos! Cegos!
Abram os olhos...

Enquanto vocês querem tanto, eu quero pouco, pouco material e muito para a minha alma. Quero me libertar. Quero transcender os limites da vida material. Quero o mundo ideal de Platão. Quero ser naturalista como Hemp. Que Deus, que Jah, que Alah, me ajudem! Deem-me sabedoria e paz. Paz para a minha alma. Aquietem meu coração.

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