terça-feira, 26 de julho de 2011

Sobre Homens Bonitos E Cerveja Gelada

Avenida paulista, 25ºC, num desses bares de esquina com mesa de madeira. Duas amigas falavam sem parar, ambas na casa dos 20, vestiam roupa leves.
Sentei-me na mesa ao lado, sozinho com uma cerveja gelada, enquanto ouvia as palavras que elas proferiam com entusiasmo, uma narrava como seu último encontro fora um fracasso e dizia que de nada valia os homens serem bonitos se não sabiam falar de nada além de sexo e futebol. A segunda escutava atentamente, questionando detalhes aqui e ali, enquanto ridicularizava o sujeito e ambas riam.
Luíza, a primeira, dizia que procurava alguém com que pudesse conversar sobre música, sobre literatura, ou mesmo que entendesse seus problemas na faculdade, não alguém que só desejava prazer a todo instante.
Rita concordava e acrescentava que seu último encontro fora um sucesso, o estudante de medicina que havia conhecido em uma festa era "magnífico", deixando a amiga se mordendo de ciúmes. "Ele tem uma Mercedes" repetia a todo momento.


A algumas mesas dali, escutei três garotas estéricas, usavam sutiã de alça de silicone e camisetas tomara-que-caia.
"Ele não tem pegada!" gritou a primeira, senti pena do menino do qual elas falavam, pois todas riam sem importar-se com quem estava por perto. "Conheci ele num baile e a gente foi lá atrás, era bonito, mas era brocha!" disse Thayane arrancando risos das amigas.
Não pude conter meu riso, sou homem e sempre imaginei esse tipo de conversa entre as mulheres, mas um pânico me tomou conta quando pensei se as mesmas poderiam já ter falado de mim. Resolvi escutar mais um pouco antes de sair do bar.
Lívia e Carolina narraram histórias parecidas sobre elas e disseram que o que procurava, diferente das primeiras, era prazer. Não importava como. Era tudo para uma noite, não havia exigência, desde que ele não fosse brocha.


Foi então que, tentando entender as mulheres, eu conclui que antes de querer chegar em alguma, eu tenho que saber qual ela é. Todas querem homem, porém homens diferentes, e cabe a mim ser todos eles. Ou então escolher a mulher que quero e adaptar-me a ela. Mulher não é um bicho de sete cabeças, só ocultam grande parte de tudo, e, por acaso, alguns de nós tem a (in)felicidade de descobrir.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Ao nada, ao tudo

Abri a garrafa de cerveja, acendi o cigarro, peguei um papel e cá estou eu, com nenhuma ou poucas palavras. A lua me observa e as estrelas ao seu redor guiam meus pensamentos ao infinito, ao nada, ao tudo. Lembro-me de cada detalhe seu e suspiro, suspiro. Não me resta mais nada a fazer, não é mesmo? Você nunca fora meu, não há motivos para ciúmes, muito menos direito para isso.
As palavras são cuspidas do meu pensamento para as minhas mãos e então passam ao papel, que você nunca lerá, sequer saberá da existência. Seus toques eu não sentirei mais, nem suas palavras ao pé do ouvido, seu violão não será mais trilha sonora dos meus sonhos. Mas eu não me importo.
Não me importo porque sei que você não se importa, guardo as lembranças para poder sorrir nostálgica e depois lamentar-me, como agora. Gosto dessa sensação, horrível sensação, mas gosto. Faz com que eu me sinta vazia e faz-me imaginá-lo aqui. Já disse que seu sorriso é lindo? Pois digo-te agora.
Sua voz sempre me acalmando, seus lábios sobre os meus fazendo-me desejar silêncio todo o tempo, seus toques, suas mãos, sua respiração na minha...
Como eu sou capaz de viver sem você? Olhando-me agora sob essa fumaça azul do meu cigarro, eu rio de mim mesma, sou sozinha, onde está você?
A brisa bate no meu rosto lembrando-me que você está em todos os lugares, cada parte de mim te possui, cada sorriso, cada palavra, cada uma dessas letras, você as fez. São suas. Eu sou sua, mas você não me tem.  Sou sua por inteiro, pronta, esperando para doar-me, mas você não deseja receber-me.
A lua sorri para mim, e eu, desesperada, sorrio de volta, imaginando-o fazer a mesma coisa, talvez ela nos ligue, talvez ela nos seja comum, talvez ela nos pertença.
Olho-a enquanto as estrelas ao seu redor guiam meus pensamentos ao infinito, ao nada, ao tudo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tudo o que me interessa

Como de costume cliquei no link do seu blog. Li seus textos, saciei-me. Parecia que a cada palavra você me pertencia mais, mas, ao mesmo tempo, parecia que você estava cada vez mais longe, inalcançável, do outro lado do mundo. A unica coisa que nos unia eram as palavras, e eu gostava.
Olhava sua foto de perfil e sorria, olhos que direcionavam-se aos meus, rosto que eu desejava tatear e redesenhar com os dedos. Sorriso de quem me faria rir tomando café, de quem me contaria histórias, de quem vive com um livro entre os braços, de quem tem um mundo inteiro na cabeça.
Sabia tudo sobre você, sem que você soubesse quem eu era. Sonhava com você e cada livro aleatório te trazia até mim. Perdia-me entre as palavras e, quando percebia, estava olhando para o nada imaginando-me com você. Dormia sempre com um livro, para que eu pudesse tê-lo aqui. Encontro-te em todas as tardes com todas as palavras doces de um autor qualquer. Nada importa, somente as palavas, pois essas me trazem você. E você é tudo o que me interessa.
Cansada de tudo, cá estou eu novamente, olhando para o nada, imaginando-te, querendo sussurrar-lhe a música que escuto, contar-lhe o final do livro que hoje acabei, abraçar-te e não soltar-te por um longo tempo. Mas aqui é um local que não te pertence, assim como eu. Infelizmente.
Não vejo caso de amor que mais se encaixe ao que Platão descreveu como o nosso, é somente contemplação, você, do outro lado do mundo, nasceu para completar esse sentimento grandioso que veio comigo. Você que não pode ser meu, pois o mundo é injusto. Pois não tenho coragem de atravessar esse oceano que nos separa.
Eu que sempre odiei romances melosos, estou aqui desejando um, porque é com você, e você é tudo o que me interessa.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Não te culpo

Olá, (meu?) caro,
Escrevo esta carta que provavelmente não enviarei, estou abalada psicologicamente, e você, que sempre fora a minha base, não está aqui.  Vejo-te em todos os lugares, por mais que você não saiba, eu te acompanho, te sigo, porque necessito da sua presença.
Necessito olhar-te, mesmo que de longe. Seu sorriso me acalma, mesmo que não me pertença.
Lembro-me do dia em que te conheci, mas preferia esquecê-lo, quem sabe assim apagaria sua presença sempre ausente em mim. Não quero levar seus elogios a sério, e engano-me pensando que não os levo, meu inconsciente carrega-os comigo como se insistisse em fazer-me sofrer. Considere-o um aliado seu.
As vezes pergunto-me por que o destino o colocara aqui, não sei se quero saber a resposta. Você foi como todos os outros, iludiu-me, com tão pouco faz-me tão mal. Nunca está presente, mas sua ausência me corrói, e sua rara presença me destrói. Com poucas palavras dirigidas à outro alguém, você consegue acabar com o meu dia, mas não te culpo.
Culpo-me, mas não te culpo.
Afinal, fora eu quem te procurara. Eu quem puxei conversa como quem não queria nada, porém já programando minhas reais intenções. Eu quem desejava-o em silêncio, e quando consegui-te, não fiz nada para prendê-lo a mim.
Essas palavras não fazem-te sentido, muito menos diferença. São só vestígios de uma lembrança que forço-me a não esquecer, são só motivos para torturar-me ao olhar o céu. Não são nada. Não para você. Não te culpo.
A música ecoa em meus ouvidos enquanto busco palavras para descrever essa falta de sentimento que me atinge. Você se foi e levou-me consigo. Sabe, eu não sou a mesma. As pessoas aparentemente preferem meu novo eu, mas eu não, eu prefiro o meu eu antigo, aquele que você fazia sorrir. Hoje você apenas causa-me tristeza. Eu não te culpo.
Depois de você, tudo o que me ocorreu foram paixões de uma noite, facilmente esquecidas após algumas horas. Paixões essas que apareceram-me com o intuito de curar minha carência, causada por você. Mas, meu caro, eu não te culpo.
Quem sou eu para culpar-lhe? Você que por tanto tempo me fizera bem. Você que sempre fez-me sorrir. Você que segurou minha mão, abraçou-me, ofereceu-me um sorriso sincero. Inevitável fazer-me sofrer agora, alguém em algum lugar já dissera que "todo sol que aquece muito, faz chover muito também" e eu me esqueci desse detalhe.
Agora, por mais que eu me sentisse no direito de te querer, não o farei. Não mais. Quero que sejas feliz, sem mim, para que assim eu também possa ser. Segue o seu caminho, que eu seguirei o meu, só não pensa que tais decisões me ocorreram por não te amar.
Para sempre,
P.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Talvez

Paixão não correspondida é algo tão incrivelmente ruim, não é? Mas quem tem culpa?
Talvez a pessoa que lhe causa paixão. Infeliz que nos causa ânsias, que nos coloca em "saias justas" mentais ao imaginar coisas, que nos faz sorrir, que nos faz chorar.
Talvez a culpa seja nossa, afinal, quem pensamos que somos para desejar alguém? Ninguém é de ninguém, somos tolos mesmo!
Talvez seja de ambos por se aproximarem tanto a esse ponto. Talvez a culpa seja do destino por nos fazer conhecer pessoas incríveis e não nos fazer possuí-las. Talvez seja das músicas melosas que nos tornam carentes,  desejando alguém para dedicar versos. Talvez seja dos contos de fada que nos ditam tantos finais felizes. Ou mesmo das novelas que sempre mostram tudo bem no final.
Talvez seja da Lua que é linda o suficiente para nos fazer suspirar. Ou do pôr do sol que só nos faz desejar alguém do lado e Chico Buarque ao fundo. Talvez sejam das horas, dos dias, das semanas. Talvez seja dessa eterna busca por algo que não possuímos. Talvez seja a procura pela definição de "amor". Talvez seja dessa mania de ter esperanças e sempre achar que encontramos a pessoa certa. Talvez.
Talvez sejam dos detalhes. Ou talvez não seja de nada.
Talvez a paixão nem exista, talvez seja coisa da nossa cabeça. Em meio à tantas pessoas é inevitável evitar um milhão de definições, de sentidos, de causas, mas talvez estejamos todas erradas. 

domingo, 17 de julho de 2011

A Flor

Vícios. Péssimos. Péssimos vícios. Por que eu fora me viciar em você? Culpa sua, claro. Oferece-se para mim, dá-me todo o seu amor e carinho, vicia-me, e retira-me aquilo que me fazia bem. Sangue frio, coisa de traficante, de fato você é. Lembro-me da primeira vez que provei-te. Estranha sensação boa, recheada por culpa ao final, lembro-me da segundo, a culpa fora diminuída, após algumas doses essa era nula, foi então que eu notei que não poderia mais viver sem você.
Passo horas procurando formas de me comunicar com você, que sempre evita-me. Sei que evita-me, apesar de preferir acreditar que não. Sei de todas as suas desculpas, mas, tola que sou, prefiro acreditar que sejam puras verdades. Passo horas antes de dormir remoendo-me na cama, pensando no que fiz de errado, mesmo sabendo que nada.
Você faz parte de um daqueles vícios da minha rotina que não fariam falta alguma. E eu sou aquele viciado sem dinheiro suficiente pra suprir seu vício, logo passarei a roubar, mesmo sabendo que a unica coisa que desejo roubar é você.
O pior é que eu já sabia da sua fama, já vira muitas outras na situação que agora me encontro. Vejo todas elas tentando deixar-te no passado, e agora é minha vez. Tola que sou, devia ter evitado isso. Odiar conselhos fez-me assim.
Hoje quero que esse vício torne-se uma flor, para que murche-se, e acabe-se, e, então, eu possa tornar-me livre novamente.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Por um momento

Relutando abriu os olhos, o sol invadira o quarto completamente, deixando os vestígios da madrugada a mostra. Ana sentou-se na cama e pôs-se a pensar, sua cabeça fora presenteada por um turbilhão de pensamentos que se misturavam sem que ela pudesse amenizá-los. Arrastando-se saiu da cama e dirigiu-se ao pequeno banheiro de azulejos azuis, olhou-se no espelho sem dar-se conta da hora. Lavou o rosto na esperança de limpar a ressaca, buscando sua dignidade, escovou os dente. Foi para a cozinha.
Pegou o velho bule, colocou água para ferver e ficou sentada olhando-o, observando a água evaporar. Lembrou-se de toda a sua infância e riu ao lembrar das coisas que considerara problemas na adolescência, terminou seu chá, tomou-o, pegou um calçado e saiu sem rumo.
Os velhos fones sempre pendurados no ouvido, fazendo-a ignorar toda a cidade, andou sem rumo por horas, observando as pessoas e como cada uma tinha uma vida própria, problemas próprios, histórias próprias, sentiu-se tentada a parar uma delas e perguntar-lhe o que fazer. Detestava conversar sobre si com velhos amigos, sabia que esses sempre lembrariam-se do que ela dissesse e não queria isso, gostava de conversar com pessoas novas, essas, de fora, seriam mais capacitadas a ajudá-la.
Como em um ato de desespero, sentou-se ao lado de um rapaz, sabia que esse era pouco mais velho que ela e sentia um desejo incontrolável de questioná-lo sobre a vida. Notou seus olhos examinando-a e não temeu, abriu o seu sorriso mais fracassado e perguntou-lhe seu nome. Era Renato. O rapaz de olhos escuros e cabelos bagunçados chamava-se Renato. Ana sorria por dentro ao ouvir seu pensamento pronunciar tal nome.
Como quem não quer nada, Ana questionou-lhe sobre o amor, Renato discorreu sobre o porque não acreditava e pegou-se contando suas desilusões amorosas, Ana sorria. Sentindo a necessidade de dar-lhe apoio contara sobre suas recordações mais tristes, aquelas que ela havia guardado em um caixa empoeirada no fundo do seu coração.
Renato olhava-a de forma curiosa e sentia vontade de beijá-la, havia algo naquela desconhecida que lhe atraia, talvez o cabelo ruivo, talvez os olhos tristonhos, talvez a pele sedosa. Ana sentia-se igualmente atraída. Sem por que, sem razão, ambos tocaram-se, e, quando deram-se conta, estavam num desses motéis de beira de estrada absorvendo um a essência do outro, sem questionar-se nada, pois ali, por um momento, nada mais importava.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Por não te amar

Por não te amar, eu escrevi cartas xingando-te. Corri na chuva aos prantos, joguei fora fotos.
Por não te amar, eu esqueci-me do passado. Temi o futuro.
Por não te amar, eu peguei-me confusa. Com medo.
Por não te amar, eu rasguei planos. Destruí corações.
Por não te amar, eu gritei em silêncio. Cortei-me sem dor.
Por não te amar, eu entrei numa roda punk. Quebrei braços.
Por não te amar, eu fugi de mim mesma. Causei-me ânsias.
Por não te amar, eu embriaguei-me. Lembrei-me de esquecer-te.
Por não te amar, acabei amando-o. Com todas as forças e todas as saudades, com todo o ódio e todo o paradoxo do meu ser.
Por não te amar.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O "Eu Te Amo"

Estava passeando por ai e me deparei com uma questão "quem inventou a frase 'eu te amo'?", percebi que nunca tinha parado para pensar nisso e me dei conta de que somos incapazes de respondê-la.
Qual teria sido a reação da primeira pessoa que ouviu isso? E como o seu autor a explicou? Como espalhou-se pelo mundo? Seria fácil imaginar que a musa inspiradora fora uma Megan Fox, mas, dada a idade desconhecida de tal expressão, eu prefiro imaginar que fora uma camponesa simples, dessas que a gente vê em filmes do século IV, época em que o feudalismo reinava no império romano. Ruiva e cheia de sardinhas, de uma família pobre. Prefiro imaginar que a frase tenha sido proferida num desses bares, numa cena que parece ter saído do livro "Cyrano de Bergerac", prefiro pensar que o seu autor era da nobreza, só para se ter a ideia de um romance proibido.
Eu gosto de imaginar que, no dia seguinte, essa camponesa ficou sonhando acordada, imaginando mil coisas, criando mil cenas e pensando nos futuros filhos. Gosto de imaginar uma possível fuga dos dois para quem sabe viverem felizes.
E, então, eu volto para o século XXI e vejo a desvalorização de tal frase, todo o seu poder, seu encanto fora jogado fora, perdido com o tempo. Provas de amor são presentes caros e não mais gestos simples. O "eu te amo" is the new "bom dia", e as pessoas trocam de "amor da minha vida" por semana.
As músicas não expressão mais paixão, os jovens não escrevem mais poemas, sequer utilizam nossa famosa metáfora, e é a partir de reflexões como essa que eu sinto falta de algo que não vivi. Imagino Camões todo charmoso recitando sonetos, ou mesmo Chico escrevendo-os. Ainda mais próximo de mim, escuto Caetano sussurrando no meu ouvido.
E eu desejo, nem que seja por respeito ao seu autor, que nós aprendamos a falar "eu te amo" apenas nas horas certas e para as pessoas certas. Almejo pela volta de todo esse romantismo, só para fazer a vida mais bonita.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sem sentimentos

Minha vida está tão boa, mas me sinto vazia. Durmo tarde, acordo tarde, leio, como e fico na internet, faço tudo o que gosto sem muito esforço. Meus amigos são ótimos, minha família também, mas é como se faltasse algo. Não sei definir o que é ao certo, porém sei que é sentimento.
Há tempos me sinto fria, todo o sentimentalismo fora arrancado de mim há cerca de um ano, desde então eu enterrei toda a minha paixão e acabo com todo o sentimento de carinho a cada vez que acho que esse possa acabar comigo.
Evito criar laços afetivos, evito me apegar, no entanto cansei, me sinto só, sinto a necessidade de dedicar músicas, trechos, poemas, fotos a alguém, e não tenho ninguém a quem fazê-lo. Ontem a madrugada foi dura, regada à nostalgia, nem mpb fui capaz de ouvir, uma madrugada triste sem trilha sonora, apenas vários pensamentos vagos, nada concreto.
Era só mais uma madrugada fria como todas as outras, mas dessa eu cansei. Em toda a minha contradição vejo-me querendo sentimentos e negando-os ao mesmo tempo. Vejo-me triste por tal situação, porém extremamente feliz e satisfeita comigo mesma. Vejo-me em um daqueles momentos contraditórios que sou incapaz de descrever.
Sei que, como fiz inúmeras outra vezes, vou clicar em "publicar postagem" e ignorar tudo o que escrevi. A vida torna-se mais fácil caso não se importe, mas torna-se sem graça, sem sal, sem sentimentos.

sábado, 9 de julho de 2011

Somente

Mais uma vez seus olhos me prendiam, e, tentando fugir deles, era acorrentada por seu sorriso, lindo, impecável. Seu cabelo bagunçado, seu nariz, sua pele. Tudo em você encaixava-se perfeitamente, dentre todos os motivos que fizeram-me apaixonar-me por você perdidamente, seu rosto era o primeiro e o mais forte.
Sua expressão sempre de aconchego, de amor, de quem pede carícias. Sua boca que sempre diz-me palavras doces e gentis que fazem carinho aos meus ouvidos. Seu olhos sempre amáveis, tranquilos. Suas bochechas sempre afáveis, delicadas, pedindo-me mordidas.
Você, em todos os seus defeitos e qualidades, faz-se perfeito para mim. Talvez seja a outra parte da minha idêa, segundo Platão. Ou talvez seja só destino, talvez seja passageiro, talvez não. Mas em tudo quero-te comigo. Sem "por que" e nem "para que", sem motivo algum, só pelo fato de ter-te comigo, somente.