sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cosmopolita

Hippies são engraçados, mas hippies são livres. Pergunto-me quão difícil foi para eles se desprenderem de tudo para seguir a estrada. Deixar família, emprego, preconceitos. Muitas vezes, eu digo que tenho a "alma hippie", mas não, não tenho, não suportaria deixar tudo e sair por ai, sem rumo, sem ter para onde voltar.
Por mais que eu quisesse "me libertar", não conseguiria. Fui criada, alimentada, estruturada no capitalismo, não sei não comer carne, não sei não comprar, não sei me humilhar. Fui criada para competir, embora odeie competição.
Admiro hippies, queria mesmo ter uma alma hippie. Ter a humildade de um hippie, gozar dos prazeres da vida como um hippie. Adoraria me encontrar com tal intensidade para ser capaz de viver assim: livre. Quero ver os detalhes como um hippie, vender uma pulseirinha por um pão, queria não me importar com nada, se não com a minha felicidade. Queria sentir a felicidade na própria estrada, como diria Bob Dylan, queria rever o João e tornar-me uma Maria. Queria adquirir não só a alma, mas um coração hippie, cosmopolita, do mundo.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

De você

A cada vez que coloco meu pé na estrada e os olhos na paisagem, minha cabeça é inundada por pensamentos e parágrafos. Desta vez, lembrei-me de você. Uma vez te disse que sentiria falta do teu sorriso, de fato, sinto. Entretanto só me dei conta disso quando o revi, quando senti o calor e o carinho dos seus lábios abertos mostrando os dentes.
Olhar o nada cheio de tudo enquanto o carro acelerava, fez com que eu recordasse de cada conversa nossa, de cada confissão tua, de cada bobeira minha. Menino, você tem palavras demais, demais... Não te cala um minuto, mas eu gosto. Distrai-me.
Teus olhos são gentis, lembro-me deles enquanto namoro com essas palavras, namoro com o meu texto, namoro com a música ao fundo... Sinto saudades.