domingo, 3 de fevereiro de 2013

O último?

Resolvi voltar a escrever, porque sou fraca, assumo, e só encontro conforto nas minhas próprias palavras, escritas para interlocutor nenhum. Escritas como um desabafo em um diário que não é secreto. Aproveito de todo o poder que as palavras tem, dos teus diversos significados, das figuras de linguagens e assim confundo o real com o imaginário, de modo que, se algum leitor existir, a não ser eu, seria incapaz de saber se o que se passa em meus textos são experiências minhas ou apenas uma viagem literária.
Passei por muita coisa ruim, até que resolvi parar de culpar o mundo, parar de encontrar motivos e apenas tentar aprender com tudo. Aprendi. Leio textos antigos e até me envergonho. Amadureci ou fiquei cri-cri?
Perdi pessoas, algumas para sempre, outras por momentos, e entre essas perdas, perdi o meu amor. Fico receosa de afirmar que o amo, tenho medo de ser verdade e, com tal afirmação, eu esteja realmente o perdendo.
Cabelos escuros, olhos escuros, sorriso largo e pele branquinha.
Parece que só escrevo das minhas paixonites, talvez seja um defeito, talvez seja minha função: apaixonar-me, encantar-me e, de repente, perceber que tudo acabou. Criar histórias e usar as palavras para curar minha dor. Talvez seja.
Fico nessa incansável espera de que haja um reencontro no futuro, quando nós dois seremos capazes de enfrentar tudo e ficar juntos. Teria sido o meu primeiro amor?
Embaralho-me ao pensar em definições, contradigo-me, não sei ao certo. Julgo-me tão nova, tão inexperiente, tão não sei...
Sei que me encontrarei com outros, talvez até tentando te superar. Entenda-me como vou tentar te entender. Sem despedidas, por favor. Sem lenga-lenga. Sem drama.
Nunca imaginei meu futuro com alguém, imaginei com você. Imaginei dividir uma cama, acordar junto, tomar café e reafirmar, a cada fila de pão, que te encontrei. Um romance de inspiração para as músicas do Los Hermanos. Um romance bonito, sem brigas, sem chateações. Só com beijinhos na testa e barras de chocolate.
O último romance.


O último?
Se um reencontro houver, lembre-me de cantar sempre para você, mas cantar nossa trilha sonora adaptada... Pois, então, até quem me ver lendo o jornal na fila do pão, saberá que eu te reencontrei, e ninguém, ninguém, dirá que é tarde demais, ou que é tão diferente assim. Do nosso amor, a gente é quem sabe, Zingo.

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