sábado, 17 de novembro de 2012

O que me mantinha firme nessa angustiante luta, que é acordar todos os dias e enfrentar um bando de idiotas, era a certeza de que em pouco tempo estaria sozinha, vivendo minhas próprias tristezas e estressando-me apenas comigo. Agora, sem essa certeza, pego-me trancada no quarto, sem coragem para chorar, segurando com um nó na garganta toda a chateação que eu não consigo libertar, desejando poder me refugiar em um consultório psiquiátrico com uma receita de tarja preta que promete me proteger da minha própria loucura.
As dores de cabeça cada vez mais constantes fazem-me sentir vontade de arrancar os próprios pulsos, enquanto, mentalmente, vejo sangue escorrendo para todo lado e a vida indo embora como grãos de areia na palma de minha mão. Não tenho mais aquele abraço apertado me esperando no sofá quando piso em casa, nem mesmo tenho o sofá.
Não tenho segurança alguma e ando recorrendo a dor física como distração da psicológica. Não sei o que sou, o que quero, o que fazer. Parece que estou em um quarto escuro, sem luz, sem barulho, com o pensamento na velocidade da luz.
E, todas as noites, acordo de um pesadelo, abraço meu edredom e alivio-me ao saber que acabou e que a realidade, por mais dura que seja, por alguns instantes não pode me atingir, porque estou sozinha, no meu canto, quentinha e protegida por um monte de tecido.
Viro para o outro lado da cama e aperto um botão qualquer do celular para que ele acenda e a luz me possibilite ver "algo além". Nunca há nada. Respiro e fecho os olhos, pedindo à Deus força para acordar e coragem para sair da cama, sei que tudo vai se repetir e aquele nó na garganta continuará ali, cada vez mais apertado, sufocando-me como uma corda no pescoço.

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