quinta-feira, 3 de maio de 2012

"Considerações sobre ela, sem dizer seu nome"

Cabelo longo e bem preto, e um par desses olhos negros que nos fazem simpatizar com a pessoa logo de cara, não por serem doces, e sim por serem duros, severos. Teu sorriso foi desenhado com todo o cuidado do mundo e teus dentes foram perfeitamente encaixados para combinar com ele, mesmo que em algum lugar haja um dentista para dizer que não.
Tua pele é morena, teu corpo e tua mente são de mulher; de menina, só a idade. É toda enjoada quanto a música e mesmo que não leia sempre, sempre tem uma opinião sobre qualquer autor que eu citava. Ama cerveja, cerveja da boa. Cerveja e música e sentar e conversar.
Foi assim que eu me apeguei a você, sentando e conversando. Imaginando. Te amei assim que você se levantou bêbada entre nós - teus novos amigos - e leu um poema. Teu poema favorito. Te odiei em todas as tuas teimosias e teus cuidados excessivos comigo.
Mas teus olhos, teus olhos... esses faziam-me te amar!
Um dia, conversando comigo, comparou-me a uma personagem que agora eu vejo que é você. Nem preciso descrevê-la, você a sabe.
Brigamos. Mas só porque todo relacionamento tem esse tipo de coisa, e, para o meu ódio, separamo-nos. Fui tola, e você foi também. Duas tolas orgulhosas.
Só sei que hoje eu sinto tua falta. Sinto falta de sentar todas as quintas-feira naquele restaurante e beber cerveja, insistindo para o Sandro colocar engenheiros, ou legião, ou qualquer outra música. Sinto falta de ir à praia com você, e de ir à tua casa com o pessoal conversar.
Nossa amizade foi toda baseada nisso: sentar e conversar.
E hoje, mais do que nos outros dias, eu sinto tua falta. Sinto saudades desses nossos momentos, dos teus olhos, de você como um todo. Da tua voz e até das nossas discussões. Queria te trazer de volta.
Te queria aqui: com teu cabelo longo e bem preto, e um par desses olhos negros. Nem teu nome é preciso dizer!

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