terça-feira, 8 de maio de 2012

Ainda o amo

Conheci um cara tão parecido comigo que julguei um desperdício ter vivido 21 anos sem o mesmo.
Vi-o num bar, enquanto eu conversava com o garçom e tentava decidir o meu pedido. Queria pedi-lo. Pedi uísque e em um gole só criei coragem de ir até ele. Fui.
Logo saímos dali, pareciam anos de convivência tamanha era nossa intimidade, nos beijávamos calorosamente, com carinho, sem pudor, sem vergonha. Eram mãos, abraços, mordidas. 
Amamo-nos pela primeira vez em meio a almofadas do sofá, incapazes de chegar ao quarto. Amamo-nos em todos os cômodos, de todos os jeitos, em todas as intensidades. 
Arrependia-me de não ter o encontrado antes, fechava livros no meio de capítulos para pensar nele, chamava-o no frio, agi daquele jeito que sempre condenei. Tornei-me tão dependente... De um jeito que nunca imaginei ser possível.
Tornou-se um melhor amigo e tudo o que acontecia, era para ele que eu queria contar. Nunca tive muitas palavras para descrevê-lo, éramos só nós dois e fim. No nosso tempo, contrariando os outros, com parques de rodeios, livros e sofás. Amando-nos sem fim, cheios de praças e suspiros silenciosos, olhares cheios de palavras e bocas que se encontravam sem dizer nada.
Nem era preciso, éramos só nós dois, ainda me arrependo de não o ter encontrado antes. Ainda o amo em todos os lugares para recuperar o tempo perdido. Ainda o amo em silêncio. Ainda o amo com sorrisos. Ainda o amo... Mesmo que eu já não o tenha.

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