sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cosmopolita

Hippies são engraçados, mas hippies são livres. Pergunto-me quão difícil foi para eles se desprenderem de tudo para seguir a estrada. Deixar família, emprego, preconceitos. Muitas vezes, eu digo que tenho a "alma hippie", mas não, não tenho, não suportaria deixar tudo e sair por ai, sem rumo, sem ter para onde voltar.
Por mais que eu quisesse "me libertar", não conseguiria. Fui criada, alimentada, estruturada no capitalismo, não sei não comer carne, não sei não comprar, não sei me humilhar. Fui criada para competir, embora odeie competição.
Admiro hippies, queria mesmo ter uma alma hippie. Ter a humildade de um hippie, gozar dos prazeres da vida como um hippie. Adoraria me encontrar com tal intensidade para ser capaz de viver assim: livre. Quero ver os detalhes como um hippie, vender uma pulseirinha por um pão, queria não me importar com nada, se não com a minha felicidade. Queria sentir a felicidade na própria estrada, como diria Bob Dylan, queria rever o João e tornar-me uma Maria. Queria adquirir não só a alma, mas um coração hippie, cosmopolita, do mundo.

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