terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tudo ficaria bem

Olhei para o seu perfil enigmático e fiquei imaginando como você veria toda aquela cena na qual nós dois estávamos inseridos. De longe éramos apenas espectadores, ansiosos por um clímax excitante, vi seu sorriso tímido escondido entre as curvas do seu nariz e queixo.
Será que você via tudo como eu via? Interpretava aquelas bobagens como eu fazia? Ou para você tudo parecia interessante? Você parecia alienar-se de tudo, sem importar-se. Batia sua bola de basquete e sorria, o mundo acabava atrás de você, e tudo o que te importava era a cesta, e ela, aparentemente, importava-se com você, ambos mantinham um belo relacionamento, seus arremessos sempre entravam nela.
De repente, aquilo para mim deixou de ser um jogo de basquete, eu queria analisar seus olhos e como eles se comportavam a cada movimento alheio, éramos eu e seus olhos, seus olhos envolvidos por pensamentos e eu querendo decifrá-los. Queria eu saber localizar-me bem na linha tênue que separam as minhas interpretações dos seus reais pensamentos. Ou talvez não. Seria frustrante saber que você não pensa o que eu acho que pensa, pergunto-me se te julgaria, deveria?
Não. Seus olhos, doces e cuidadosos olhos, incríveis com sua cor tão próxima a de um lápis de cor marrom, me diziam que não. Despreocupados, diziam-me para relaxar. Tudo daria certo. Você, a bola e a cesta. O mundo acabando-se lá atrás, e tudo ficaria bem.

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