terça-feira, 12 de julho de 2011

O "Eu Te Amo"

Estava passeando por ai e me deparei com uma questão "quem inventou a frase 'eu te amo'?", percebi que nunca tinha parado para pensar nisso e me dei conta de que somos incapazes de respondê-la.
Qual teria sido a reação da primeira pessoa que ouviu isso? E como o seu autor a explicou? Como espalhou-se pelo mundo? Seria fácil imaginar que a musa inspiradora fora uma Megan Fox, mas, dada a idade desconhecida de tal expressão, eu prefiro imaginar que fora uma camponesa simples, dessas que a gente vê em filmes do século IV, época em que o feudalismo reinava no império romano. Ruiva e cheia de sardinhas, de uma família pobre. Prefiro imaginar que a frase tenha sido proferida num desses bares, numa cena que parece ter saído do livro "Cyrano de Bergerac", prefiro pensar que o seu autor era da nobreza, só para se ter a ideia de um romance proibido.
Eu gosto de imaginar que, no dia seguinte, essa camponesa ficou sonhando acordada, imaginando mil coisas, criando mil cenas e pensando nos futuros filhos. Gosto de imaginar uma possível fuga dos dois para quem sabe viverem felizes.
E, então, eu volto para o século XXI e vejo a desvalorização de tal frase, todo o seu poder, seu encanto fora jogado fora, perdido com o tempo. Provas de amor são presentes caros e não mais gestos simples. O "eu te amo" is the new "bom dia", e as pessoas trocam de "amor da minha vida" por semana.
As músicas não expressão mais paixão, os jovens não escrevem mais poemas, sequer utilizam nossa famosa metáfora, e é a partir de reflexões como essa que eu sinto falta de algo que não vivi. Imagino Camões todo charmoso recitando sonetos, ou mesmo Chico escrevendo-os. Ainda mais próximo de mim, escuto Caetano sussurrando no meu ouvido.
E eu desejo, nem que seja por respeito ao seu autor, que nós aprendamos a falar "eu te amo" apenas nas horas certas e para as pessoas certas. Almejo pela volta de todo esse romantismo, só para fazer a vida mais bonita.

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